A autoestima é um dos pilares fundamentais para o bem-estar emocional e a saúde mental de um indivíduo.
Ela se refere à maneira como nos vemos, nos valorizamos e nos sentimos merecedores de amor e respeito.
Ter uma boa autoestima é essencial para o desenvolvimento saudável das relações interpessoais, especialmente nas esferas amorosas.
Por outro lado, a baixa autoestima pode abrir caminho para relacionamentos abusivos, onde uma pessoa é submetida a violência física, moral, patrimonial, emocional ou psicológica.
Neste texto, abordaremos a conexão entre a baixa autoestima e o abuso, destacando a importância do amor próprio na prevenção dessas formas de violência.
A baixa autoestima coloca um indivíduo em uma posição vulnerável, onde frequentemente se encontra buscando validação e aceitação externas.
Esse tipo de busca pode resultar em relacionamentos codependentes e nocivos, onde a pessoa com baixa autoestima se submete a tratamentos abusivos acreditando que isso é tudo o que merece.
A falta de amor próprio leva a uma aceitação de comportamentos abusivos como normais, perpetuando um ciclo de violência.
É muito comum vítimas de relacionamentos abusivos terem vivido relações com alguma dinâmica de violência nas suas relações familiares, normalizando desta forma o abuso e a violência.
Muitas pessoas cresceram se sentindo inadequadas por crenças que adquiriram pela vivência na infância, desta forma é muito fácil um indivíduo com um histórico deste, não ter um sistema de alerta em uma relação íntima abusiva, quando o parceiro (a) fizer distorções de situações sempre responsabilizando a vítima por algum problema através de manipulações psicológicas.
Essa pessoa está acostumada a se sentir inadequada e responsável pelo que dá errado em sua família de origem e em suas outras relações afetivas.
A dinâmica de um relacionamento abusivo geralmente começa de forma lenta e sutil.
O abusador pode agir de maneira carinhosa e atenciosa no início, conquistando a confiança da outra pessoa e estabelecendo uma conexão emocional.
No entanto, à medida que o relacionamento avança, o abusador começa a minar a autoestima da vítima, questionando sua aparência, habilidades e valor como ser humano.
Comentários depreciativos, insultos e humilhação passam a ser frequentes, configurando um abuso emocional.
A baixa autoestima também pode levar a uma tolerância a comportamentos abusivos, tornando difícil para a vítima reconhecer a situação em que está envolvida.
Muitas vezes, a pessoa pode acreditar que merece ser tratada dessa forma ou que não encontrará nada melhor.
Esse padrão de pensamento é reforçado pelo abusador, que exerce um controle emocional, financeiro e social, deixando a vítima cada vez mais submissa.
Para quebrar esse ciclo de abuso, é fundamental fortalecer a autoestima.
O amor próprio permite que a pessoa reconheça seu valor, suas qualidades e suas necessidades.
Ele proporciona uma base sólida para o desenvolvimento de relações saudáveis e equilibradas, onde o respeito e a empoderamento são elementos essenciais.
A busca pela elevação da autoestima envolve um processo de autoconhecimento e autopercepção.
É necessário identificar e trabalhar os traumas e as crenças limitantes que levaram à baixa autoestima. A psicoterapia especializada pode contribuir nesse processo, oferecendo ferramentas e técnicas para a construção de uma autoimagem positiva e saudável.
Não devemos esquecer que a responsabilidade pelo abuso é exclusivamente do abusador.
Mas é meu papel como profissional de saúde te alertar sobre fatores de vulnerabilidade, o que não significa tornar-se responsável pelo abuso sofrido, mas responsável pela própria vida e isso inclui o seu autocuidado, autopreservação, autodesenvolvimento e promoção do próprio bem-estar e felicidade.
No entanto, a promoção do amor próprio e da autoestima é essencial para prevenir e combater relacionamentos abusivos.
Ao reconhecer e valorizar nosso próprio potencial, nos tornamos menos suscetíveis a cair nas armadilhas de relacionamentos tóxicos.
Em resumo, a baixa autoestima de um indivíduo pode abrir as portas para relacionamentos abusivos, onde a pessoa é submetida a diferentes formas de violência.
Valorizar-se e nutrir o amor próprio é essencial para prevenir e combater dinâmicas de relacionamento disfuncionais.
A construção de uma autoimagem positiva e saudável é um processo contínuo e requer trabalho e dedicação, mas os benefícios são imensuráveis.
Promover uma cultura de respeito, empatia e amor-próprio é fundamental para criar relacionamentos saudáveis e proteger aqueles mais vulneráveis é uma missão que tenho com profissional de saúde.